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sábado, 25 de setembro de 2010

Aumento da Permeabilidade Vascular (Extravasamento Vascular)

O aumento da permeabilidade vascular, levando ao extravasamento de fluido rico em proteína (exsudato) para o tecido extravascular, é uma característica fundamental da inflamação aguda.
A perda de proteína do plasma reduz a pressão osmótica intravascular e aumenta a pressão osmática no fluido intersticial.
Como ocorre vazamento através do endotélio na inflamação? Os seguintes mecanismos foram propostos:
1.    Formação de fendas no endotélio venular.
2.    Lesão endotelial direta, resultando em necrose e separação das células endoteliais.

    Extravasamento retardado prolongado.
                  Trancitose aumentada através do citoplasma das células endoteliais.
                      Extravasamento de vasos sanguíneos recém-criados.                                                                                                      Fonte: Bases Patológicas das Doenças, Robbins & Cotran.

Alterações Vasculares.

Os fenômenos vasculares desempenham um papel importante na inflamação aguda. Na inflamação, os vasos sanguíneos sofrem várias alterações que visam a facilitar o movimento de proteínas plasmáticas e células sanguíneas da circulação para o local da lesão ou da infecção.
Alterações no Fluxo e Calibre Vasculares.
Começam após a lesão e se desenvolvem em graus variáveis dependendo de sua gravidade. Ocorrem nas seguintes ordens:
1. A vasodilatação é uma das primeiras manifestações. Envolve primeiro as arteríolas e, a seguir, resulta na abertura de novos leitos capilares na região. Isso leva a um aumento no fluxo sanguíneo, que é a causa do calor e do rubor. É induzida pela ação de vários mediadores, especialmente a histamina e o óxido nítrico, no músculo liso vascular.
2. Aumento ou permeabilidade da microcirculação, com o extravasamento de um fluido rico em proteínas para o tecido extravascular.
3. A perda de líquido resulta em uma concentração de hemácias nos vasos de menor calibre e aumento da viscosidade sanguínea, que se reflete pela presença de pequenos vasos dilatadores repletos de hemácias e um fluxo sanguíneo mais lento, uma condição conhecida como estase.
4. Com a evolução da estase, leucócitos, especialmente os neutrófilos, se acumulam ao longo do endotélio vascular. Estes aderem ao endotélio e a seguir migram através da parede vascular para o interstício.
Fonte: Bases Patológicas das Doenças, Robbins & Cotran.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Inflamação Aguda

Conceito:
Resposta rápida a um agente nocivo encarregada de levar mediadores da defesa do hospedeiro- leucócitos e proteínas plasmáticas- ao local da lesão.
Os três componentes principais desta inflamação são: (1) alterações no calibre vascular, que levam a um aumento no fluxo sanguíneo; (2) alterações estruturais na microcirculação, que permitem que proteínas plasmáticas e leucócitos deixem a circulação; e (3) emigração dos leucócitos da microcirculação, seu acúmulo no foco de lesão e sua ativação para eliminar o agente nocivo.
Termos importantes:
Exsudação:
Extravasamento de fluido, proteínas e células sanguíneas do sistema vascular para o tecido intersticial ou as cavidades corporais.
É um fluido inflamatório extravascular que possui alta concentração de proteínas, fragmentos celulares e gravidade específica maior que 1.020.
Transudato:
É um fluido com pequeno teor protéico (sendo que a maior parte é composta de albumina) e uma gravidade específica menor que 1.020. É essencialmente um ultrafiltrado do plasma sanguíneo que resulta do desequilíbrio osmótico ou hidrostático através da parede vascular sem que haja um aumento na permeabilidade vascular.
Edema:
Excesso de fluido no interstício ou nas cavidades serosas; ele pode ser um exsudato ou um transudato.
Exsudato purulento ou pus:
É um exsudato inflamatório rico em leucócitos (neutrófilos, em sua maioria), fragmentos de células mortas e, em muitos casos microrganismos.
Fonte: Bases Patológicas das Doenças, Robbins & Cotran.

Inflamação

Conceito:
Uma reação complexa a vários agentes nocivos, como os microrganismos e células danificadas, geralmente necróticas, que consiste de respostas vasculares, migração e ativação de leucócitos e reações sistêmicas.
A principal característica do processo inflamatório é a reação dos vasos sanguíneos, que leva ao acúmulo de fluido e leucócitos nos tecidos extravasculares.
A resposta inflamatória está intimamente ligada ao processo de reparo. A inflamação destrói, dilui ou isola o agente nocivo e desencadeia uma série de eventos que tentam curar e reconstruir o tecido danificado. O reparo começa nas fases iniciais da inflamação, mas geralmente só é finalizado depois que a influência nociva foi neutralizada. Durante a fase de reparação, o tecido danificado é substituído por meio da regeneração de células parenquimatosas nativas, pelo preenchimento com tecido fibroso (cicatrização) ou, o que é mais comum, por uma combinação desses dois processos.
A inflamação é fundamentalmente um mecanismo de defesa, cujo objetivo final é a eliminação da causa inicial da lesão celular e das conseqüências de tal lesão. Sem a inflamação, as infecções se desenvolveriam descontroladamente, as feridas nunca cicatrizariam e o processo destrutivo nos órgãos atacados seria permanente.
A inflamação e o reparo podem ser potencialmente prejudiciais.
As reações inflamatórias, p. ex., são o pilar de doenças crônicas, como a artrite reumatóide, a aterosclerose e a fibrose pulmonar, assim como reações de hipersensibilidade potencialmente fatais a picadas de insetos, drogas e toxinas. O reparo pela fibrose pode causar cicatrizes deformadoras ou faixas fibrosas que causam obstrução intestinal ou limitam a mobilidade das articulações.
A resposta inflamatória consiste em dois componentes principais: uma reação vascular e uma reação celular.
A inflamação pode ser aguda ou crônica.
1. Inflamação aguda:
Inicia-se rapidamente e tem uma duração relativamente curta, de alguns minutos a várias horas ou dia.
Características:
Exsudação de fluido e proteínas plasmáticas (edema) e a migração de leucócitos, predominantemente de neutrófilos.
2. Inflamação crônica:
Está histologicamente associada à presença de linfócitos e macrófagos, à proliferação de vasos sanguíneos, fibrose e necrose tissular.

As reações vasculares e celulares da inflamação aguda e da crônica são mediadas por fatores químicos derivados de proteínas ou células plasmáticas e são produzidos ou ativados pelo estímulo inflamatório.
A inflamação termina quando o agente agressor é eliminado e os mediadores secretados são destruídos ou dispersos. Além disso, existem mecanismos antiinflamatórios ativos que controlam a resposta e evitam que ela cause dano excessivo ao hospedeiro.
Fonte: Bases Patológicas das Doenças, Robbins & Cotran.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Distúrbios Endógenos do Metabolismo dos Pigmentos

Endógenos: são classificados em não-hemoglobinógenos e hemoglobinógenos, conforme não provenham ou provenham da hemoglobina.
Não-hemoglobinógenos: melanina e lipofuscina.
Melanina: Principal elemento responsável pela cor da pele, cabelos e olhos. É formada pelos melanócitos de origem nervosa.
Os melanóforos são macrófagos que transportam este pigmento.
A quantidade de melanina na epiderme pode aumentar ou diminuir.
O que causa aumento da melanina na epiderme?
Respostas:
1. Exposição ao sol.
2. Gravidez.
3. Lesão da pele.
4. Emagrecimento.
5. Velhice.
6. Doença de Addison.
O que causa diminuição ou perda da pigmentação da pele ?
1. Dermatites.
2. Cicatrizes.
3. Manchas senis.
4. Vitiligo.
5. Albinismo, etc.
Os melanócitos apresentam formação deficitária de melanina.

Lipofuscina: É frequente na velhice e no emagrecimento intenso ou caquexia. Os órgãos estão diminuídos de volume e de cor castanha (atrofia parda).
É frequente nas células do miocárdio próximo dos polos nucleares, nos hepatócitos centrolobularesw e na base de neurônios piramidais.
Admitite-se que ela se forme das membranas mitocondriais por oxidação e polimerização de ácidos graxos insaturados cujo produto se une a proteínas, formando um complexo lipoprotéico.
A lipofuscina tem pouca importância clínica, pois não lesa as células. Admite-se que possa ser consequencia ou causa de envelhecimento.
Pigmentos Hemoglobinógenos: São divididos em pigmentos originários do metabolismo normal da hemoglobina (bilirrubina e hemossiderina) e pigmentos originados anormalmente da hemoglobina.


Fonte: Patologia Geral, José Lopes de Faria e colaboradores.

Distúrbios do Metabolismo dos Pigmentos

O que são pigmentos?
São substâncias coradas que surgem nas células e tecidos. Podem ser endógenos ou exógenos.
Classificação:
A. Exógenos: Originam as tatuagens, a antracose e as pneumoconioses.
Tatuagens: são figuras, palavras ou datas feitas na pele com corantes para embelezar ou gravar acontecimentos.
Parte do corante introduzido no derma ganha as vias linfáticas e é levada aos linfonodos; a outra parte , fagocitada por macrófagos fixos e adsorvidos por fibras colágenas, é retida localmente.
As tatuagens são importantes em medicina legal devido ao auxílio que presta na identificação de pessoas.
Antracose: são manchas negras , pequenas, nos pulmões e linfonodos vizinhos, produzidas por inspiração de carvão comum. O carvão inalado provém da combusão incompleta de substâncias orgânicas e está presente em fumaças.
A antracose não tem importância clínica, porque o carvão é bem tolerado pelo organismo por não ser irritante.
Pneumoconiose: é causada pela inalação de pós irritantes. Os pós são vários: minérios (por exemplo, de ouro), carvão de pedra, pedras para construção, granito, cimento,vidro, produtos de cerâmica, inclusive louça e porcelana etc.
A principal substância ativa contida nesse materiais é a sílica ou dióxido de silício, que , cristalizada, é o quartzo. Por isso, designa-se também silicose. Para a doença causada pela inalação de outros pós, a designação varia conforme o pó, por exemplo, asbestose, berilose etc.
Com o passar do tempo os macrófagos contendo os cristais de sílica no citoplasma são substituídos por fibras colágenas, originando fibrose.


Fonte: Patologia Geral, José Lopes de Faria e colaboradores.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A Apoptose

Definição: Na apoptose, a célula morre após formar fragmentos ainda estruturados ou corpos apoptóticos, que podem ser fagocitados por macrófagos. Admite-se que o fenômeno seja por um mecanismo de destruição da própria célula.
Experimentalmente é um processo rápido, ocorrendo em algumas horas a morte e a eliminação da célula. Surge em condições fisiológicas servindo para regular o volume do tecido e eliminar células como nos epitélios endometrial epidérmico e intestinal. E em condições patológicas atribui-se a apoptose os corpúsculos de Councilman da hepatite virótica; lesões do líquen plano; atrofias de causa hormonal e por isquemia relativa.
Fonte: Patologia Geral. José Lopes de Faria.

Necrose

Definição: Morte de uma parte do organismo, podendo atingir células, tecidos ou um órgão.
A necrose é causa freqüente de morte súbita por infarto do miocárdio.
Características:
A. Macroscópicas: o tecido apresenta cor mais escura ou mais clara, brilho diminuído e consistência maior (necrose pelo ácido sulfúrico) ou menor (necrose pela soda cáustica).
B. Microscópicas: a célula necrótica mostra alterações do núcleo e do citoplasma. As alterações do núcleo são picnose (núcleo reduzido de volume e hipercorado), cariorrexe (fragmentação do núcleo) e cariólise ou cromatólise, devido à dissolução da cromatina perdendo a coloração. O citoplasma cora-se mais intensamente pela eosina, perde a estrutura e é grânulo-grumoso.

Observação:
Por poder ser encontrada em estado funcional da célula e por aumento de nucleoprótides, a picnose não caracteriza a morte celular.

Pergunta de ouro:
Quanto tempo leva para a necrose se manifestar?
Resposta:
Através das manifestações macro e microscópicas observa-se a necrofanerose. Esse tempo varia de acordo com o tecido, podendo ser de cerca de 6 horas ou menos.
A necrofanerose surge pela ação de hidrolases sobre a célula morta, liberadas de seus lisossomos, sendo que estas não sejam inativadas e que haja tempo suficiente para a sua atuação.
Observação:
Antes da necrofanerose, ou seja, manifestação da necrose a célula já pode estar morta, mas ainda tem estrutura normal.

Autólise é sinônimo de Necrose?
A autólise (auto=própria; lisis=dissolução) surge no cadáver após certo tempo de morte e em fragmento de tecido retirado do vivo ou morto, podendo ser confundida com a necrose. Para evitar essa confusão são utilizados fixadores que impedem a autólise inativando as hidrolases.

Tipos de necrose:
Conforme os caracteres macroscópicos têm necrose por coagulação, liquefativa e gangrena.
A. Necrose por coagulação: designa a transformação do estado coloidal de mais líquido (sol) para mais sólido (gel) por perda de água. A coagulação da célula ocorre nas proteínas e à custa de suas próprias enzimas, ativadas pelo cálcio, afluído para dentro da célula.
Constituem variedades dessa necrose a necrose de Zenker e a caseificação.

B. Necrose liquefativa: apresenta caráter mole e liquefeito. O amolecimento dá-se pela ação de enzimas e favorecem-no a estrutura e a constituição do tecido, bem como a riqueza em água.
C. Gangrena: pode ser seca e úmida. É a necrose em massa de uma parte, cuja cor e consistência são modificadas pelo contato com agentes externos, como ar e bactérias.
Consequência clínica: a permanência é prejudicial ao organismo, que passa a absorver substâncias tóxicas formadas pela desintegração dos tecidos. Por isso se faz a amputação cirúrgica da parte necrótica, que, não sendo feita, acarretará o óbito.

O que causa a necrose?
Resposta:
As causas são muitas e podem ser citadas: os distúrbios locais da circulação (oclusão arterial e venosa) ou gerais (choque), ambos de grande importância clínica; redução da quantidade de oxigênio no sangue; distúrbio da formação de energia intracelular; agentes mecânicos; agentes físicos; agentes químicos; ação de vírus; secreções glandulares; distúrbios do metabolismo celular por mecanismo alérgico ou dietético.
Fonte:Patologia Geral. José Lopes de Faria e colaboradores.