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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Degenerações Parte 1.

1. Distúrbios do metabolismo dos carboidratos.
Importância: Diabete melito.
Dos carboidratos conhecidos o único a ser revelável por métodos morfológicos é o glicogênio, que é armazenado no fígado e, em menor quantidade, na musculatura do corpo. As quantidades armazenadas variam de acordo com a alimentação e o trabalho executado.
O glicogênio armazenado é a principal fonte de glicose, principal combustível para todos os tecidos do organismo. É solúvel em água e desaparece das células logo após a morte. Na coloração hematoxilina-eosina é eliminado, e o local da célula onde se encontrava mostra-se claro e vazio.
Acúmulo Patogênico de Glicogênio nas Células.
Diabete: Não há acúmulo de glicogênio intracelular. Explica-se por síntese na célula a partir da glicose circulante; simutaneamente haveria um distúrbio enzimático impediente da glicogenólise, pois, sem esse distúrbio, o glicogênio seria utilizado como fonte de glicose.

Glicogenoses.
A mais conhecida é a doença de von Gierke . É rara, hereditária, recessiva e ocorrente em crianças. Há acúmulo de glicogênio no fígado, produzindo forte hepatomegalia, e, frequentemente, também nos rins.
A causa do armazenamento de glicogênio na doença de von Gierke é carência hereditária da glicose-6-fosfatase, existente no retículo endoplasmático e responsável pela degradação do glicogênio em glicose.

2. Distúrbios do metabolismo dos prótides.
Tumefação Turva (inchação turva, degeneração albuminosa ou parenquimatosa, edema celular, tumefação celular aguda etc.)
Definição: Alteração degenerativa que atinge as células parenquimatosas caracterizada por alterações das mitocôndrias e acúmulo, nelas, de água.
Causas: Infecções agudas graves (septicemia, pneumonia, difteria), tóxicos exógenos (bicloreto de mercúrio) ou endógenos (icterícia, uremia), carência de oxigênio, fome grave etc.
Evolução: É reversível se se afastar a causa e ainda, não houver alteração profunda da célula. Se permanecer a causa ou já houver alteração profunda é irreversível e produz a morte celular.
A perda da função da membrana celular pode dar-se por sua lesão e, na ausência de lesão, por carência de energia.

Degeneração amilóide.
O termo amiloidose deve ser aplicado à doença causada pelo depósito de amilóide que forma-se no tecido conjuntivo e na parede de vasos. É constituída de glicoproteínas e principalmente proteínas. As proteínas são do tipo beta, têm caráter fibrilar e a sua natureza química varia muito.
Classificação para amiloidoses: secundária ou atípica, primária ou atípica e mista (associação de ambas). Essa classificação relaciona a amiloidose secundária a certas doenças, e a primária não está relacionada com doenças.
A deposição amilóide aumenta com o decorrer do tempo e afeta a nutrição das células parenquimatosas e mesenquimatosas. Há aumento do volume do fígado, baço e rins, nefrose e, raramente, icterícia.
As amiloidoses secundária e primária têm evolução progressiva. No entanto, pelo afastamento da causa, tem-se verificado a regressão da amiloidose e da melhoria da função renal. A regressão é possível através de absorção do amilóide por mecanismo enzimático e também à custa de fagocitose por macrófagos.
Fatores Causais: genéticos e hiperimunização.


Fonte: Patologia Geral, José Lopes de Faria e colaboradores.

Alterações Celulares.

Os diversos agentes lesivos, em atuando sobre as células alteram o seu metabolismo.
Classificação:
Alterações regressivas da célula (alterações catabióticas ou passivas): o metabolismo apresenta-se reduzido e a função celular diminuída ou abolida.
Abrangem as degenerações e, ao lado destas devidas a distúrbios metabólicos, as atrofias e a morte celular ou necrose.
Alterações progressivas da célula (alterações anabióticas ou ativas): metabolismo e funções celulares se acham aumentadas.
Compreendem os distúrbios de crescimento: hipertrofias, hiperplasias, regenerações, metaplasias e neoplasias.

Degenerações
Conceito: “São alterações regressivas das células, manifestadas por modificações da estrutura citoplasmática e nuclear e por diminuição da função celular.” Virchow.
Classificação:
Conforme a natureza química de substâncias normalmente imperceptíveis ou perceptíveis em pequena quantidade no citoplasma e núcleo das células ou no estroma ou de acordo com suposto metabolismo alterado é clássica a divisão das degenerações nos seguintes grupos:
1. Distúrbio do metabolismo dos carboidratos.
2. Distúrbio do metabolismo protídico(protéico): inchação turva, alteração vacuolar, hiperqueratose, paraqueratose, degeneração mucosa, gota úrica e degenerações hialinas.
3. Distúrbio do metabolismo lipídico.
4. Distúrbio do metabolismo dos pigmentos.
5. Distúrbio do metabolismo mineral.
Observação: Segundo Letterer, é melhor dizer degeneração que se manifesta por acúmulo de carboidratos, lipídeos etc., porque o metabolismo perturbado pode não ser o da substância acumulada.

O estudo das alterações regressivas das células indica a perturbação do metabolismo da célula, que pode causar alterações de sua função e é a base de doenças degenerativas ou metabólicas.
Atenção! Dentre os mecanismos demonstráveis ou hipotéticos que explicam o encontro de determinada substância na célula existe a fanerose.
Na fanerose a substância dentro da célula não aumenta em quantidade; mas passa de um estado invisível para outro, visível, devido a perda de ligação a outras substâncias.

Fonte: Patologia Geral, José Lopes de Faria e colaboradores.

sábado, 21 de agosto de 2010

Princípios relevantes à maioria das formas de lesão celular.


A resposta celular a estímulos nocivos depende do tipo de lesão, sua duração e sua intensidade.
As conseqüências da lesão celular dependem do tipo, estado e adaptabilidade da célula lesada.
  Sistemas intracelulares particularmente vulneráveis: (1) manutenção da integridade das membranas celulares; (2) respiração aeróbica; (3) síntese de proteína; (4) preservação da integridade do aparelho genético da célula.
Os elementos estruturais e bioquímicos da célula estão tão intimamente inter-relacionados que a lesão em um lócus produz efeitos secundários generalizados.
As alterações morfológicas tornam-se evidentes somente depois de algum sistema bioquímico crucial dentro da célula ter sido atingido.

Mediadores bioquímicos da lesão e morte celular por necrose, independente do agente incitante.
·         Depleção de ATP.
·         Oxigênio e radicais livres derivados do oxigênio.
·         Cálcio intracelular e perda da homeostase do cálcio.
·         Defeitos da permeabilidade da membrana.
·         Lesão mitocondrial irreversível.
Pergunta de ouro:
 Por que a isquemia tende a lesar os tecidos mais rapidamente que a hipóxia?
  Resposta:
   Na hipóxia a produção glicolítica de energia continua. Já na isquemia há comprometimento do transporte de substratos para glicólise. Assim a geração de energia anaeróbica cessa depois que os substratos glicolíticos são exauridos ou ocorre inibição da função glicolítica pelo acúmulo de metabólitos que teriam sido removidos pelo fluxo sanguíneo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Causas de lesão celular

  Embora as causas de lesão celular reversível e morte celular variem, a maioria das influências é agrupada nas seguintes categorias:
Privação de Oxigênio. A hipóxia prejudica a respiração oxidativa aeróbica. De acordo com a intensidade do estado hipóxico as células podem se adaptar, sofrer lesão ou morrer. Uma causa de hipóxia é oxigenação inadequada do sangue em virtude de insuficiência cardiorrespiratória.
Agentes Físicos. Traumatismo mecânico, extremos de temperatura, alterações bruscas da pressão atmosférica, radiação e choque elétrico.
Agentes Químicos e Drogas. Substâncias simples em concentrações hipertônicas podem danificar diretamente ou causar perturbação da homeostase eletrolítica das células.  O próprio oxigênio, em altas concentrações é intensamente tóxico.
Agentes infecciosos. Abrangem desde os vírus submicroscópicos às formas superiores de parasitas.
Reações Imunológicas. Embora o sistema imune atue na defesa contra agentes biológicos as reações imunológicas podem causar lesão celular. Exemplo: A reação anafilática a uma proteína estranha ou droga. Anormalidades Genéticas. A lesão genética resulta tanto em efeito grosseiro (Síndrome de Down) como sutil (anemia falciforme).
Desequilíbrios nutricionais. Deficiências protéico-calóricas, vitaminas e mesmo excessos nutricionais são causas importantes de lesão celular.
Fonte: Robbins. Patologia Estrutural e Funcional.

sábado, 14 de agosto de 2010

Lesão Celular

      Definição: Sequência de eventos que surgem quando os limites da resposta adaptativa a um estímulo forem ultrapassados ou quando a adaptação é impossível. É reversível até certo ponto, mas a intensidade e persistência do estímulo desde o início pode ocasionar lesão irreversível, onde a célula não tem retorno.


     A morte celular apresenta-se principalmente por necrose (após estímulos exógenos) e por apoptose (mediante suicídio controlado internamente).

Fonte: Robbins. Patologia Estrutural e Funcional.

Definições Introdutórias

  • Patologia: (Pathos= sofrimento; Logos= estudo) Dedica-se ao estudo das alterações estruturais e funcionais nas células, tecidos e órgãos que dão origem às doenças, tentando explicar os porquês e as causas dos sinais e sintomas manifestados por pacientes, fornecendo fundações sólidas para a assistência clínica e tratamentos racionais. 

  •  Patologia Geral: Aborda as reações básicas das células e tecidos a estímulos anormais que geram todas as doenças.

  •   Patologia Especial ou Sistêmica: Examina as respostas específicas de órgãos e tecidos especializados a estímulos mais ou menos bem definidos.
  Os aspectos básicos que formam o cerne da patologia são sua etiologia, patogenia, alterações morfológicas e a importância clínica.

  •  Curiosidade: Rudolf Virchow é conhecido como o pai da patologia moderna.


Fonte: Robbins. Patologia Estrutural e Funcional.